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domingo, 24 de abril de 2011

Revendo:Mestre dos Mares O lado mais distante do Mundo!

 
-por Myrna Silveira Brandão:
Esta seção propõe um filme para treinamento e desenvolvimento, com sugestões para debate após sua projeção. O objetivo é casar os desafios e as exigências cada vez maiores da área de gestão de pessoas com a forma lúdica, atraente e altamente enriquecedora do cinema.
 
Mestre dos mares: o lado mais distante do mundo, de Peter Weir, passa-se durante as guerras napoleônicas e mostra um navio inglês, o H.M.S. Surprise, logo após ter sido subitamente atacado por uma embarcação francesa maior, mais poderosa e mais rápida, o Acheron. Nele, Jack Aubrey é o capitão e o naturalista Stephen Maturin, o médico de bordo. Após o ataque e a reparação do navio, que havia ficado seriamente danificado, o capitão Aubrey decide interceptar e capturar o Acheron numa arriscadíssima perseguição que atravessa dois oceanos. Da costa do Brasil às águas tempestuosas do Cabo Horn, o navio chega a um dos pontos mais longínquos do mundo, as costas das ilhas Galápagos.
O filme é detalhado na descrição do relacionamento dos tripulantes entre si e deles com o comandante do navio, o que permite, para os profissionais da área de gestão de pessoas, assistir a uma verdadeira aula sobre inúmeros temas que fazem parte do mundo corporativo.
 
Outros dados sobre o filme
A história é baseada no livro de Patrick O’Brian, que escreveu uma extensa obra sobre o capitão Aubrey e o médico naturalista Maturin. O’Brian redigiu 20 livros e, quando morreu, em 2000, estava escrevendo o 21º.
O filme abrange a primeira obra, Master and commander (Mestre dos mares), a terceira, H.M.S. Surprise, e a décima, The far side of the world (O lado mais distante do mundo). Um dado interessante é que, no livro, o navio que ameaça a frota baleeira britânica não é francês, mas sim o navio americano Norfolk.
Algumas versões circularam sobre a mudança da nacionalidade do navio pelo diretor Weir. Uma delas é que os americanos não iriam gostar nem aplaudir um filme em que eles são derrotados. Outra versão para a mudança é que a produção foi realizada na época da intervenção bélica dos Estados Unidos no Iraque. Como a França ficou contra a política de Bush na guerra, ela passou a ser o alvo do ataque no filme. Aliás, o Surprise vai além de ser apenas um navio. Como é deixado claro em várias cenas, ele é “a própria Inglaterra”.
Por outro lado, o pano de fundo histórico é real. Havia de fato, no princípio do século 19, um acirramento da rivalidade histórica entre Inglaterra e França, ambos países colonialistas.
Outro ponto de destaque é que, no final do filme, o verdadeiro destino do capitão do Acheron fica dúbio. Também nesse caso surgiram algumas explicações: uma delas é que a não revelação quanto ao capitão ter morrido ou apenas ter sido aprisionado pela tripulação do Surprise seria um gancho para continuações. A outra é que o fim em aberto indicaria que lideranças podem permanecer vivas.
Os que defendem essa segunda explicação argumentam que o cinema, além de entretenimento, lazer e indústria, é informação e pode conter, na comunicação que passa, uma intenção político-ideológica.
Outro ponto alto do filme é a absoluta verossimilhança da fragata, perfeita nos mínimos detalhes. Weir recria o mundo ligado à marinha inglesa do século 19 e vai de encontro à proposta de O’Brian. Para os versados em assuntos de mar, vale observar a profusão de termos náuticos e piadas de marinheiros.

Temas
Assunção de riscos, coaching, comportamento de grupos, conflitos, criatividade, decisão, desempenho, desenvolvimento, disciplina, equipe, estratégia, exemplo, ética, liderança, mentoring, motivação, perseverança, raciocínio lateral, reconhecimento, tomada de decisão, treinamento e visão compartilhada.

Sugestões para o debate
Considerando a riqueza de assuntos no filme, achamos que o debate pode ser livre, de modo a captar as percepções dos participantes sobre os temas abordados, principalmente os relacionados com:
  • A forma como o capitão Jack Aubrey liderava seu grupo.
  • As motivações que levaram-no, mesmo com o navio seriamente danificado, a tentar capturar o inimigo numa estratégia arriscadíssima.
  • Além da maestria pessoal de Jack Aubrey, os fatores que contribuíram para que a decisão de interceptar o navio inimigo se tornasse um objetivo compartilhado por todos.
  • O acerto ou não das decisões tomadas pelo capitão e quais foram fundamentais para o envolvimento da equipe.




Original de:

Foto do autor

Myrna Silveira Brandão é jornalista, socióloga e pesquisadora. Presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) e diretora cultural da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ). É autora dos livros Leve seu gerente ao cinema e Luz, câmera, gestão.

E-mail: mcbrandone@yahoo.com


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