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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Piratas

PIRATAS

O desenvolvimento do comércio marítimo e o nascimento da pirataria são quase paralelos; de fato, a prática de apoderar-se da carga dos barcos já estava muito difundida na Antigüidade, sobretudo na zona mediterrânica onde os comerciantes, como os fenícios, preocupados em salvar seus empórios, não hesitavam em empregar métodos semelhantes aos dos piratas. Também na Grécia e em Roma, a atividade dos corsários registrou períodos especialmente intensos e foram feitas diversas tentativas para combatê-la.

Na Idade Média, a pirataria na Europa identificou-se com as atividades conquistadoras dos vikings e dos árabes e levou à criação, sob a égide do Império Turco, de verdadeiros Estados-piratas, denominados berberescos, que duraram até o século XIX. Mas foi o descobrimento do Novo Mundo e o grande tráfego de mercadorias preciosas entre a América e a Espanha, que determinou o aumento de uma imponente frota pirata. A idade de ouro da pirataria pode ser fixada entre 1690 e 1720. Durante muito tempo, o Caribe, ou Antilhas, foram o paraíso dos corsários, mas em 1689 a Inglaterra e a Espanha aliaram-se momentaneamente e, por um breve período, pôs-se fim à impunidade dos piratas naquela região.

Na sua maioria eram ingleses que pilhavam os espanhóis. Então, mudaram seu campo de ação para o oceano Índico, e estabeleceram bases nos portos da América do Norte, onde pessoas influentes estavam dispostas a apoiar economicamente as expedições da captura a troco de uma porcentagem dos lucros. Também lhes proporcionavam certa cobertura legal, passando-lhes autorizações sem nenhum valor.

Dentre muitos, um dos mais famosos piratas desse período foi Henry Morgan!

Portador de um aguçado senso de oportunidade, talvez tenha sido um dos poucos piratas de sua época que conseguiu terminar sua carreira com o apoio dos governantes.

Nos finais do século, e usando Madagascar e as ilhas próximas como bases operativas para seus saques, os corsários europeus e norte-americanos da costa oriental dominavam sem entraves toda a zona. As tentações para se dedicarem à pirataria eram grandes, visto que numa só viagem um marinheiro podia ficar muito rico.

Em abril de 1694, um certo Thomas Tew voltou a Newport (Rhode Island), de onde era originário, depois de uma viagem de 22.000 milhas pelas costas da Arábia e da Índia, na qual obteve um saque de 100.000 libras de ouro e prata e uma quantidade ainda maior de marfim, jóias e especiarias, que constituíam carga de um só navio indiano. Na incursão seguinte, a boa sorte o abandonou, pois morreu quando tentava abordar um navio mercante.

Bandeira insígnia de Tew

Daniel Defoe escreveu que “durante o combate, uma bala desfez o ventre de Tew que, por um momento, susteve as vísceras na mão”. Os protestos dos comerciantes ingleses, que viam seus negócios com as Índias orientais seriamente comprometido por causa dos saques dos piratas, obrigaram o Almirantado a tomar medidas. Um dos oficiais incumbidos de derrotar os piratas foi o comandante William Kidd, um comandante da marinha mercante.

Em 1696, zarpou até o oceano Índico com uma “patente de corso” outorgada por Lord Bellomont, governador de Boston, que o autorizava a atacar legalmente tanto os corsários como os navios mercantes inimigos (naquela época a França e a Inglaterra estavam em guerra). Por sua vez, Kidd considerou a autorização real como uma garantia de impunidade ilimitada e também abordou o Quedagh Merchant, que pertencia ao Grão Mongol da Índia. Este e outros ataques foram considerados atos de pirataria e, no seu regresso à América do Norte, Kidd foi detido e enviado à Inglaterra para ser julgado insistia que não tinha causado nenhum dano, e que foram ocultadas algumas provas a seu favor maio de 1701, Kidd foi enforcado em Execution nas margens do Tamisa.

Possível carta de corso de Kidd

O cadáver foi acorrentado a um mastro, que ficava submerso durante a maré a ali permaneceu três dias. Depois foi retirado, untado com breu e guardado numa jaula metálica, para que ossos permanecessem juntos depois da putrefação da carne. O corpo foi pendurado numa forca erguida essa finalidade em Tilbury Point, para que servisse de aviso a todos os que tinham pretensão de fazer ao mar como piratas.

Nos anos seguintes fizeram incursões desde Mota até o cabo da Boa Esperança, para se dirigirem em seguida para o golfo de Bengala. Ficaram ricos a ponto de se oferecerem para pagar a dívida pública da Inglaterra em troca de uma anistia. Every nunca foi capturado. Segundo Defoe, acabou se refugiando em Bidef Devon, onde os comerciantes locais lhe tiraram a maior parte da fortuna, deixando-lhe uma pequena pensão vitalícia e ameaçaram denunciá-lo se ele se queixasse.

Um dos ladrões que Kidd havia sido encarregado de ir buscar era Henry Every, ou Avery, também conhecido como Long Ben, que, depois de ter prestado serviço na Marinha britânica e participado no bombardeio aos corsários argelinos em 1671, tinha se convertido num dos piratas do mar das Antilhas. Em 1694, E partiu como imediato a bordo do Carlos II, que zarpava do porto inglês de Bristol rumo ao Caribe, munido uma autorização do rei da Espanha para capturar contrabandistas franceses. Every e os homem tripulação apoderaram-se do barco e, depois de fazer escala no porto de La Corufia, batizaram-no com o nome de Fancy rumando para Madagascar.

Bandeira insígnia de Henry Every

Em 1716 os piratas concentraram novamente atenção no Caribe, e estabeleceram suas bases na ilha New Providence, nas Bahamas. Segundo o governo da Virgínia, havia mais de 2.000 morando na miserável cidade surgida ao longo da praia, cujos habitantes não sujeitavam a nenhuma lei. Partindo de New Providej atacavam os muitos navios mercantes que transitas pelo mar das Antilhas rumo às costas setentrionais América do Sul, às Índias ocidentais e aos portos Europa e da América do Norte.

Entre os piratas Caribe estavam temíveis personagens como o Barba Negra (cujo verdadeiro nome era Edward Teach ou, segundo Defoe, Edward Drummond).

Teach, nascido em Bristol, tinha um aspecto imponente e, diz-se, entrançava nos cabelos e na barba algumas mechas e incendiava-as quando ia combate fim de parecer envolto numa nuvem de fuma Tornou-se popular em 1716, quando assumiu o mando de um barco francês capturado em águas cabo de São Vicente. Deu-lhe o novo nome de Queen Anne’s Revenge (Vingança da Rainha Ana), embarcou 40 canhões, zarpou até Nassau e pilhou a costa atlântico da América do Norte. Como se pode ler num rela parecia “um diabo saído do inferno".

Bandeira insígnia de Barba Negra

Naquela época, a Carolina do Norte era uma das colônias norte-americanas mais pobres. Em janeiro de 1718, seu governador, Charles Eden, concedeu o perdão a Barba-Negra pelas culpas passadas e futuras em troca ‘de uma parte do saque. No mês de maio daquele ano, o pirata, seguro da. sua impunidade, empreendeu a expedição mais ambiciosa, bloqueando a cidade de Charleston, capital da colônia vizinha da Carolina do Sul, capturou nove barcos em uma semana e preparou-se para vender a baixo preço as mercadorias roubadas. Realmente, o comportamento de Barba-Negra foi muito audaz, e se Eden estava disposto a tolerá-lo, Alexander Spotswood, governador da Virgínia, mostrou-se intransigente.

Em novembro, sabendo que Teach tinha zarpado para o norte, rumo à pequena baía de Ocracoke (a sul do cabo Hatteras, na Carolina do Norte), enviou duas corvetas de pouco calado contra o pirata, que só contava com 18 homens contra os 60 da Marinha. Apesar disso, a luta foi dura. Barba-Negra, ferido várias vezes, acabou morrendo e sua cabeça, decepada por ordem do primeiro-tenente Robert Maynard, foi pendurada no gurupês como troféu. A idade de ouro da pirataria chegava ao fim. Expulsos do Caribe por Spotswood e outro administrador inglês, Woodes Rogers, os piratas voltaram para as águas africanas, mas dessa vez para a zona costeira ocidental, onde o florescente tráfico de escravos parecia prometer saques importantes.

Um galês chamado Howell Davis destacava-se entre os piratas e em 5 de Junho de 1719, em Amaboe, um porto escravista da Guiné, encontrou outro desalmado, Bartholomew Roberts, cujas incursões eram ainda mais sangrentas que as suas Conhecido pela alcunha de Bart, o Negro, representou melhor que nenhum outro a imagem estereotipada do pirata: colete suntuoso e calças de damas­co vermelho, pluma vermelha no tricórnio, corrente de ouro com pingente de diamantes no pescoço, quatro pistolas e espada à cintura.

Davis e Roberts só navegaram juntos durante seis semanas, porque um português matou Davis. Roberts, nomeado comandante do Royal Rover, logo demonstrou ser capaz de superar o mestre. Capturou os barcos no golfo de Benim antes de tomar o rumo para oeste, até o Brasil. Ali, perto da costa, encontrou uma frota de 42 barcos portugueses que estava formada em comboio pan se dirigir a Lisboa e conseguiu capturar impunemente os maiores, que transportavam o carregamento mais valioso Dirigiu-se para o Caribe mas, diante da presença da poderosa frota inglesa que patrulhava a região, continuo rumo ao norte até Terra Nova, uma escala comum nas travessias do Atlântico setentrional. Num porto ao sul da cidade de Trepassey descobriu o que procurava: uma frota de 22 navios mercantes que, apesar de ir bem armada (40 canhões) e contar com 1.200 marinheiros não disparou uma única vez contra o pirata. Os tripulantes fugiram para a terra e Roberts, depois de ter saqueado os barcos, apoderou-se do melhor, de ter chamando-lhe Royal Fortune, para substituir o Rover.

Também seus inimigos se sentiam atraídos por Bart, o Negro. “Não podemos deixar de admirá-lo pela sua coragem e audácia”, escrevia o governador da Nova Inglaterra. Roberts, continuando com as pilhagens, voltou a rumar para o sul. Em setembro de 1720 tinha regressado ao Caribe e pensava cruzar novamente o Atlântico para ir à África. Abasteceu-se em Deseada e zarpou para seu destino, mas enganou-se na travessia e foi empurrado para o Norte das ilhas de Cabo Verde. Impedido de se dirigir para o sul, contra o vento dominante, retrocedeu para alcançar, dificilmente, o Suriname, na América do Sul, antes de esgotar toda a sua água. Durante todo o inverno continuou jogando perigosamente com os barcos de vigilância da Marinha britânica e na primavera seguinte quase conseguiu, sozinho, acabar com o tráfego marítimo para o Caribe, a ponto de nada lhe restar para roubar. No início de abril ainda voltou e cruzou o Atlântico rumo ao Senegal, de onde devia se dirigir para Serra Leoa.

Durante o resto do a no capturou todas as presas disponíveis, incluindo a fragata Onslow da Real Companhia africana, que conservou para si como o terceiro Royal Fortune. Em fevereiro de 1722 foi atacado pelo Swallow, da Marinha britânica, com 60 canhões, sob o comando de Chaloner Ogle.Bart, o Negro, morreu e 169 dos seus homens acabaram sendo presos e submetidos a julgamento: 79 foram absolvidos ao se reconhecer que tinham sido obrigados a se tomarem piratas;

Mapa da "Costa do Ouro

54 acabaram condenados à morte e foram enforcados no castelo de Cape Coast, sede do comando britânico da costa da Guiné.Outros 17 deveriam cumprir uma longa condenação na prisão de Londres, mas todos (exceto quatro) morreram durante a viagem. Os restantes 19 receberam condenações a sete anos de trabalhos forçados nas minas de ouro situadas na costa, mas nenhum sobreviveu. Ogle foi nomeado cavaleiro (o único oficial da Marinha britânica a receber esse título pelas suas ações contra os piratas) e contam os relatos que se tomou inesperadamente rico graças ao pó de ouro que encontrou no camarote de Roberts. A idade de ouro da pirataria, que durou trinta anos, tinha acabado definitivamente.

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